quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Compensações

Me perco
Para me reencontrar

Me testo
Para comprovar

Me ridicularizo
Para me elogiar

Me chantageio
Para me permitir

Me privo
De desanimar
Pois após a tempestade sempre existe um céu azul.

(comi milhões de letras com sono, perdoem)

sábado, 22 de agosto de 2009

Não precisaria dizer...


...o que Woodstock representa na minha vida. Está na minha alma, na minha criação, no meu amadurecimento, nas minhas relações. Woodstock é símbolo de libertação, da quebra dos antigos costumes. Foi uma lição de humanidade em um infeliz período inflamado por napalm e poluído pelo lixo difamado pela águia colorida de azul lacrimal e vermelho sangue. Lágrimas e sangue que eram combatidos com a cura baudelairiana: a lisergia infinita enquanto dura.
Foi a mesma música que acalmou as feras de Orfeu, que encantou os ratos de Hamelin e que uniu os soldados do front, durante o Natal, na Primeira Guerra Mundial. Hendrix, Joplin, Baez, Jeferson Airplane, The Who, Joe Cocker, meus preferidos dentre os submundanos propagadores das boas vibrações. Instrumentos em sicronia, livres de más vibrações e influencias do comércio megalômaníaco repressor. A música foi o protesto de um povo que ansiava por novidades para o seu futuro. Que não queria viver como seus pais; submissos a decisões superiores dos grandes Lobos arquitetos do medo. Corpos nus, quentes e compartilhados.
Na plateia eram todos uma voz, uma cor, uma nacionalidade, uma religião, um ideal. Eram um cérebro pensante e um corpo operante, um organismo revolucionário. O povo unido jamais seria vencido. Este é o motivo de eu estar aqui descrevendo , após 40 anos, algo que não vivi, mas senti os efeitos, como ondulações intermináveis em um oceano de eternidade.

Júpiter Maçã - Beatle George

Ha, eu deveria parar de beber
Porque, Ha, eu não estou fazendo bem
A que me ama

Devia me converter ao hinduísmo
Comida vegetariana, mantras e krishnas

Ha, aonde foi parar aquele menino?
Que, Ha, queria cantar como o Beatle George

Aleluia, Hare Krishna
Krishna, Krishna, Aleluia

Ha, aonde foi parar aquele menino?
Que, Ha, queria cantar como o Beatle George

Aleluia, Hare Krishna
Krishna, Krishna, Hare, Hare

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fabrícia


Pare de sair da minha,
Voltar pra minha
Não me deixe no inverno, ao relento,

Feito Andorinha

Quero reencontrar-te em breve,

Pois saudade fere sutil
Ver-te, ouvir-te, tocar-te,
Minha Andorinha primaveril

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pré-redenção




Quanto mais nos aproximamos
Da famosa redenção estudantil
É inevitável que eu me torne piégas,
E as memória uma inimiga sutil.

Afinal, cinco anos
Não foi uma caminhada em vão
Uma absorção concreta de conteúdos
Seguindo a eterna caminhada do cidadão

Por isso termino meus versos aqui,
Nesta estrofe racional.
Sofrer por antecendencia é besteira
Evito meu inferno astral

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Resgate pessoal


Santa Cruz do Sul, alameda da rua Júlio de Castilhos.

Degustação

Lentamente as coisas voltam ao normal.
Após todo o amadurecimento complexo
A impressão é de estar recuperando a malícia e a descontração
Que fazem parte do meu ser

Tiro todas as vírgulas
As barreiras
E os bloqueios da minha cabeça
O jeito é muito simples:
Otimismo puro e paciência

Se é assim que eu gosto de ser
E é assim que satisfaço a alma
É essa a postura que vou assumir Ignorando as dificuldades E queimando minhas quimeras

"Decifra-me ou devoro-te" Agora quem te devora sou eu! Meu novo hobbie é degustação Às favas com o pecado da Gula

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Comida e prazer

Fiquei tão animada quando descobri tenho jeito para cozinhar, algo que sempre despertava-me preconceito pela relação com a Dona de casa, e todo aquele conservadorismo estilo Brasil século XIX. Resumindo: cozinha era sinônimo de falta de atitude. Mas quebrei esse tabu.
Depois de vários anos de experiências escoteiras, a pessoa tem o direito irrefutável de dizer que o quê sabe fazer não é pouco e nem ruim. É aí que eu me encaixo. Já cozinhei em lugares bizarros alimentos ruins e bons, preparados com a devida higiene ou total desleixo (como o espetinho de carne cortada com os dentes). Essas vivências (agradáveis ou não) me deram uma pequena noção de como controlar óleo e sal, temperos, tempo de cozimento, intensidade do fogo, combinações certas, etc. Além disso, a paciência que se adquire é muito grande. E são essas as pequenas noções que formam a base para a execução de refeição.
Para finalizar minha exaltação, outro hábito que tenho é o de não comer o que cozinho, só servir. O prazer das pessoas em saborearem algo que exigiu meu esforço serve de alimento não só para o estômago, mas para a alma.