sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alguém me explica onde fica...


... a linha tênue entre amor e ridículo? De tanto amar sem sucesso, acho que perdi um pouco
a noção de como isso deve acontecer sem deixar você parecendo um imbecil volúvel.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Devaneios espaciais


Passo a troposfera, estratosfera, mesosfera, e termosfera. Cada vez me sinto mais ausente deste planeta. Adentro, agora, a imensidão escura e amedrontadora. Que haverá além de tudo isso? Formas de vida diferentes de nós, as quais nem filosofia pode questionar, a ciência descobrir ou religião supor. Um desconhecido infinito, sinistro e indecifrável. Quantos anos nossa civilização deve avançar para podermos rir de previsões como essas; para debocharmos de nosso lento avanço e credos, digamos, quase medievais?
Flutuo livre, fora de nossa nave. Consigo ver a grande Muralha da China? Quantos homens foram utilizados para construí-la? E as pirâmides do Egito? E os templos sagrados do Camboja? E as estátuas da Ilha da Páscoa? Nenhuma pista! Qual o porquê de terem segregado essas informações? A humanidade é a chacota de Cronos: o presente, que ignora o passado e teme o futuro. Vivemos a era da preguiça, da inefisciência nas buscas. Cada vez mais e mais desistência. Subexistimos de emoções únicas, nossos estimulantes da vida moderna e masoquista. Moderna porque não se demostra mais sentimentos; fica-se indiferente, a pior das dores. É provocada e sofrida: masoquismo. Motivo de o prazer de estar fora do planeta ser orgástico, lisergico... "Perder-se também é caminho" disse Clarice Lispector.
Avisto uma chuva de meteoritos. Maravilhosa redenção espacial., desde que não me atinjam. Segundo a física, os meteoros se moverão até que uma força de mesmo módulo e diferente sentido pare-os. Essa força, quê será? Aquele que trás um movimento ao fim, assim como minha viagem.. Alô realidade racional terráquea. Adeus imensidão. Movimento de queda livre. É Newton e suas leis querendo me acordar.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009


Hoje fui sem culpa alguma ao cinema. Depois de tanto tempo privada da sétima arte, é um bálsamo para os olhos de qualquer cinéfilo. Como nem sempre o que há na sua carteira condiz com as suas vontades, fui na sorte. Na hora eu tinha somente sete reais e mais alguns tostões. E realmente funcionou! Fui à Casa de Cultura Mario Quintana, que é o lugar perfeito quando se tem uma tarde livre e solitária (o que não significa que tristeza). Decididamente temáticas que abordam geopolítica do último século têm me chamado muita atenção, principalmente por não ter aquele efusividade hollywoodianas (inconscientemente criei um certo preconceito). Resolvi pegar o horários dàs 17h10: "A culpa é do Fidel" (La faute à Fidel), de Julie Gavras.

Roteiro e direção de arte incríveis. Ambos muito originais. É a história Anna, uma menina que vive na França pós Maio de 68. Mimada e acostumada com a fartura, Anna vê sua realidade mudar repentinamente quando seus pais passam a ser adeptos do comunismo, depois da morte de um familiar, na Espanha, pelo regime franquista. A coqueluche dos golpes militares e a força do povo, entre as décadas de 60 e 70, são palco desta história, que mostra o decorrer dos fatos políticos mundiais sob o olhar de uma criança que recebe informações vindas de todas as posições da "pirâmide social". A forma como os personagens interagem entre si lembram muito o cartum "Malfalda", de Quino (o que não diminui originalidade do filme). Um dos pontos culminantes do filme é a volta dos pais de uma viagem ao Chile e a menina vê seu pai de barba e bigode crescidos, de acordo com a crítica de babá sobre os "vermelhos raivosos, loucos por uma guerra nuclear". Ou também as tiradas inocentes do irmãozinho Françoise. Só vendo para concluir...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Desfaça

Sou sua discípula, ó Sócrates; molda meu caráter.
Aconselha-me e torna-me uma gaja mais forte, para que no futuro eu não seja mais sua admiradora, gravando mentalmente frases de efeito que proferiste.
Andarei com minhas próprias pernas, cansadas de fazerem círculos e caminhos sem rumo.
Criarei meu destino pelos seus moldes, seguindo a arte do desapego.

domingo, 5 de julho de 2009

Sóbria e exausta

A coisa mais complicada de alguém explicar é a existencia de um efeito uniforme na sensação da marijuana. Simplesmente não existe. Eu, por exemplo, oscilo completamente nas minhas ações e pensamentos. Fico mais eloquente, mais segura de mim mesma. Lembro coisas com maior facilidade. Me torno praticamente uma oradora. Mas isso me leva a um ponto gritante: por que algo que provoca tais efeitos positivos em uma pessoas é ilícita?
Me contradigo; é dificilimo dizer os efeitos de uma droga desse grau, justamente por variarem de pessoa em pessoa. Mas tal propaganda contra a droga talvez seja fruto dessa falsa intenção que os meios de comunicação passam, dizendo que a sociedade que ver seus participantes bem de qualquer forma. Claro que sim! Para cada vez mais extorqui-la e fazê-la morrer trabalhando, produzindo. Juntando capital, segundo Calvino. Um ciclo incessável e sem descanso. No populacho, uma merda mesmo! A pessoa precisa relaxar e sentir-se bem, para amenizar essa pressão imposta pela realidade. Meu bem, da minha saúde mental e minha sanidade cuido eu. Meu prazer é poder fazer as coisas, executá-las, da maneira mais segura e confiante que existe. Sem empecílios ou barreiras que imponho sobre mim mesma. Aí é onde a erva aje! Ela limpa essas barreiras.
Além dos fatores já citados, a(o) baura/verdinha/tapa/chimas/chapa/charuto/ganja/breu/beck/cone/fumo/bagulho/vela me deixa num estágio de sensibilidade quase paranormal. Conclusões tiro do momento, da ocasião. A verdade parece que veio para eu profetilá-la, mas que guardo para mim e meus heterônimos compartilharem e discorrerem. É genial. Por isso eu me torno muito calada, e concentrada. Meu melhor "teto" são minhas profecias não proferidas na palavra. Me sinto uma Superheroína, com poder de ler mentes e sentir os sentimentos dos outros na situação. A Supersensível (isto soou tão gay).
Mas ainda assim permaneço firmando a ideia de que oscilo. Sim senhor! Já fiquei muito sensível, mas para sensações ruins como frio, e solidão profunda. Claro, esses sentimentos são tão constantes, que a droga, quando aje de uma forma contrária, aje como catalisador; aumenta a velocidade e intensidade da reação. Ela fortifica e engrandece minhas dores de alma, tornando-as até físicas. Me torno fechada, mas desta vez para focar-me em mim mesma e minhas quimeras intermináveis.
Mesmo assim, com esses extremos emocionais, eu defendo piamente a ideia que marijuana deveria ser utilizada como outras drogas. Daquelas que psiquiatras deveriam fazer uma gravação, para evitar repetição oral. Lítio, Carbamazepina... Grande merda! Quem nunca teve depressão não deveria tentar dizer e disdizer o que faz bem ou faz mal. O que deveria ser feito ou não. Não deveria nem palpitar, para início de conversa! Me deixa profundamente irritada psicólogas com cara de inocente, com a argumento de "fiz psicologia pois me interessava pela ciência dos sentimentos do ser". Ba-léeeeeeeeeeeeehéhéhéhé-la! A pessoa deve ter tido pelo menos uma experiência desagradável e que acarrestasse uma série de nóias. Essas, supostamente, deveriam "inspirar" na hora de escolha da carreira. Se um dia eu virar psiquiatra e viver na Holanda, garanto que meus tratamentos serão bem mais eficiente do que esse coquetel de comprimidos e livros e auto-ajuda.
São momentos raros como esse em que estou no auge da minha torrencialidade verborrágica. Que falo o que me dá na telha. Puxa, é tão óbvio meu estado. Por isso, deixou um apelo: quer saber como é a sensação? Experimenta! Sem medo dos discursos anti-a-coisa-toda, do tipo "Você está incentivando o tráfico!" ou "Você vai se tornar um viciado sem futuro (que é predicativo do objeto indeireto)!". Quem incentiva é quem não permite que seu consumo seja legalizado. Quanto mais barbárie, mas comida na mesa do compatriota superior. Vício é questão de força de alma. Trata-se, claro, mas a força de vontade deve ser abre-alas.
Continuando, cuidado ao experimentar! Pois a sociedade possui suas regras antiquadas, que te perseguem como gazelas na Tanzânia. Talvez equívoco? Estou completamente sóbria.