quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Efeito

Você consegue extrair de mim
Coisas indizíveis com um olhar,
E provocar minha ira pueril
Com seu silêncio tão característico
Tão sutil.

Meus pensamentos diários
Fogem de controle
Quando, distraída,

Divago em flashbacks repetitivos.

Embriagas minha realidade.
Entorpeces minha mente.
Tão fadigada de ouvir, pensar, concluir.

Na véspera de um reencontro
Penso sempre em levar algo diferencial.
Uma história cômica, talvez;
O mais simples meio de roubar um sorriso seu.
Contrações faciais .
Nesse rosto de traços tão belos.
Obra prima da natureza.

Inclino-me para beijar-te
E a impressão é de estar desatenta para um perigo,
Uma queda.
Num impulso inconsequente,
Caio,
Entregando-me por completo.

No peito, um fluxo afoito de emoções esvai-se.
O inevitável contenta.
A boca é a ponte das sensações compartilhadas.

Em pequenos detalhes, pedacinhos de papel,
Talvez invisíveis aos olhos comuns,
Vou mostrando o amor que cultivei para você guardar.
Junte-os somente sob a condição de não sofrer.
Aproveite intensamente o agora
E o depois, ignore.




sábado, 4 de dezembro de 2010

Sobre o zelo

Tornei-me o Atlas das coisas mundanas
Ao carregar este fardo em minhas costas.
Um pequeno mundo.
Acréscimos e acréscimos envergam minhas costas
Com o que não deveria pesar tanto;
Amizade não pesa, nos faz flutuar.
Pulsos atados por uma dívida
Feita com olhares tão penetrantes quanto são as palavras.
Pedido de zelo por quem perdeu tal virtude.
Ironia do destino, ironia da ocasião.

Apego-me ao pedido,
Apesar de temer um passo em falso
Que custe a vida de alguém tão precioso.

Quisera eu que tivesse mais fé na vida.