domingo, 8 de agosto de 2010

Vôo eterno

Só consegue plantar árvores quem possui raízes. Por um momento, pensei estar voltando a me fixar em solo terrestre. Ainda que ácido e hostil, encontrava-me esperançosa de verdade. Como se a luz do sol, a terra, a água e todos os elementos que propiciam o crescimento metódico de uma planta convergissem num elixir revigorante. Acreditava piamente que o universo estava de braços abertos para receber-me, mais um vez. Um equívoco, talvez. Nada na vida é rápido tal qual meu anseio. Tudo faz-se de forma gradual, até que edifique-se aquilo tão aguardado. Creio que minha fixação na terra deva ser assim. Mas aguardo há tanto tempo neste plano metafísico, que apenas vejo a inexistência uma forma de saída de um tédio contínuo, um vôo eterno.

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